sexta-feira, 25 de março de 2016

O adeus de uma lenda

Cruyff e a mítica camisa 14.

Uma lenda, um revolucionário, um gênio. São muitas as características capazes de descrever um holandês chamado Johan Cruyff.

Poucos jogadores conseguiram ser excepcionais dentro e fora de campo que nem o ex-meia holandês. O comandante do "Carrossel Holandês" da década de 70 revolucionou a forma de se pensar e praticar o futebol, unindo habilidade à tática e técnica. Jogadores não guardavam posições, todos faziam um pouco de tudo e ficavam livres para trocarem de lugar durante o jogo, girando como um "carrossel" dentro de campo.

Como jogador, era habilidoso, rápido, inteligente, simplesmente mágico com a bola nos pés. Comandou, dentro de campo, o melhor time do Ajax de todos os tempos, conquistando o tricampeonato da Copa da Europa (antiga Uefa Champions League) em 1971-73, oito Campeonatos Holandês e cinco taças da Copa da Holanda. Em 1973, se transferiu para o Barcelona, onde ganhou um Campeonato Espanhol e uma Copa de Rei. Mas sua glória na Catalunha viria mesmo fora dos gramados, na função de técnico.

Cruyff, o primeiro jogador a ganhar três Bolas de Ouro (1971, 73, 74), foi o criador do time com um toque de bola rápido, posse de bola, domínio e superioridade sobre o adversário, implementando esse pensamento no Barcelona de 1988 e presente até hoje, principalmente, no time espanhol.

Como técnico, foi quatro vezes campeão do Espanhol, um da Copa do Rei e um da Copa da Europa de 1992 (primeira na história do clube) pelo Barcelona. Ainda comandou o Ajax e a seleção da Catalunha.

Pela seleção holandesa, que encantou o mundo na Copa de 1974, Cruyff jogou de 1966-77 e marcou 33 gols em 48 jogos. É considerado o maior jogador holandês de todos os tempos e também um dos mais injustiçados, visto que nunca ganhou uma Copa do Mundo. Bateu na trave em 74, quando, após passar por Brasil e Argentina, caiu para a Alemanha Ocidental na final.

É considerado o "pai" de Pep Guardiola. Quando técnico do Barcelona, treinou o ex-volante e é o responsável por ele ser o melhor treinador do mundo hoje, uma vez que os métodos usados por Guardiola, foram os mesmos usados por Cruyff e aprendidos pelo espanhol.

Infelizmente, como até lendas nos deixam, Johan Cruyff, que lutava contra um câncer no pulmão desde o fim do ano passado, morreu nesta quinta-feira (24), aos 68 anos de idade. Ele foi um fumante inveterado ao longo de sua vida, principalmente no auge de sua carreira.