segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

E agora, Inter?

Torcedor colorado chora após rebaixamento

E agora? Agora é hora de juntar os cacos que sobraram e construir um time para disputar a Série B. Um time que seja competitivo mas que não seja caro. Mesclar jogadores experientes e tentar fazer valer o investimento nas categorias de base, subindo os garotos e dando a primeira oportunidade na carreira deles. 

Infelizmente mais um grande clube da América do Sul foi rebaixado. O primeiro rebaixamento na história de um clube centenário é realmente pesado para os jogadores que entraram para a história de uma forma negativa e, principalmente, para a torcida colorada, que viu o clube ser campeão gaúcho no começo do ano e liderar o Campeonato Brasileiro, mas, por escolhas erradas da diretoria, pagou o preço do rebaixamento. 

Novamente a desorganização na diretoria de um clube resultou no rebaixamento. Escolhas erradas na hora de contratar jogadores e de escolher técnicos (quatro em um ano). Anderson, Ariel e Leandro Almeida são alguns exemplos de péssimas contratações, sem contar o ídolo D'Alessandro, que foi emprestado para o River Plate no início do ano sem nenhuma explicação plausível por parte da diretoria. 

De Argel para Falcão, de Falcão para Celso Roth e de Celso Roth para Lisca: esses foram os quatro técnicos que passaram pelo comando colorado nesse ano. Nenhuma coerência no estilo de jogo, o que resultou em mudanças no esquema e modo de jogar da equipe a cada troca. Jogadores técnicos e importantes para o time, como Valdívia, Seijas e Nico López (contratado a peso de ouro), foram para o banco em um momento no qual o clube precisava de jogadores com a qualidade deles.

A segunda divisão serve de aprendizado e reestruturação. Reestruturação financeira e diretiva, e aprendizado para que isso não ocorra novamente. Clubes grandes como Corinthians e Palmeiras, tiveram que cair para, depois de subir, voltarem ao cenário nacional de títulos.

O Corinthians caiu em 2007 e subiu logo depois, em 2008. A partir da sua subida, ganhou: 1 Mundial de Clubes, 1 Libertadores da América, 1 Recopa Sul-Americana, 2 Campeonatos Brasileiros, 1 Copa do Brasil e 2 Campeonatos Paulistas.

O Palmeiras só aprendeu em sua segunda queda, em 2012. Depois de um 2014 difícil, onde o clube quase foi rebaixado novamente, foi campeão da Copa do Brasil em 2015 e é o atual campeão Brasileiro, sem contar a reestruturação financeira pela qual o clube passou. 

Agora, Internacional, se reestruture em todos os aspectos. Monte um elenco 'barato' e promissor capaz de chegar ao futuro com boas perspectivas. Volte à elite do futebol nacional com dignidade e, talvez, reencontrará o caminho das conquistas e glórias.

"Time grande não cai". Cai, claro que cai, mas mostra sua grandeza ao subir com dignidade e conseguir se reconstruir a partir de sua queda.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Jailson, aquele que cura!

Jailson tem o ex-goleiro Marcos como seu maior ídolo

Em grego, Jailson significa "aquele que cura". Mas cura o que? Bom, para a torcida do Palmeiras, cura a dor de ter seu ídolo, Fernando Prass, machucado. Cura o medo de correr o risco de não ser campeão brasileiro. Cura o medo de acontecer a mesma coisa que em 2014, quando o Palmeiras quase foi rebaixado novamente após ver Fernando Prass sair machucado e não ter um substituto à altura.

O "filho do iluminado", "filho do guerreiro" honrou e escreveu seu nome na história do Palmeiras. Chegou ao seu time de infância, em 2014, para substituir o então lesionado, Prass, mas nem se quer entrou em campo. Viu do banco o clube quase ser rebaixado novamente. Passada a fase ruim, em 2015 foi campeão da Copa do Brasil pelo Palmeiras, mas dessa vez nem no banco ele estava. Em 2016, desacreditado de que poderia ter uma chance de jogar após ver o clube ir atrás do goleiro que defendeu o time rebaixado e com a defesa mais vazada (Avaí), Jailson viu mais uma vez Prass machucar o cotovelo e ficar fora, mas ainda não era sua hora. O escolhido para substituir o ídolo da torcida foi o recém chegado, Vagner. Após alguns jogos e falhas do goleiro, Jailson, enfim teria sua chance.

Aos 35 anos de idade e depois de rodar por clubes do Brasil inteiro, Jailson estreou em uma partida oficial válida pela elite do futebol brasileiro. Ele nunca havia disputado uma partida de série A do Brasileirão. O jogo contra o Vitória, no Allianz Parque, foi um dia muito especial para o goleiro. Ele 'fechou' o gol, foi muito elogiado por todos, inclusive por seus companheiros e não conseguiu esconder a emoção. Foi às lágrimas ao apito final, mostrando o quanto era importante pra ele estrear num jogo de série A, vencendo sem ser vazado e logo no estádio do seu clube de infância, recebendo o apoio da arquibancada.

Ninguém, nem mesmo o torcedor mais maluco, imaginaria que haveria um substituto à altura para um ídolo, muito menos que um goleiro, de 35 anos, que nunca havia disputado uma partida de séria A, seria uma das peças fundamentais para o tão esperado título brasileiro. E mais uma vez Jailson surpreendeu a todos.

"Muito disciplinado, sua aparência transmite sucesso e prestígio, que vêm graças ao grande espírito de competição e capacidade de liderança. Adora desafios". Sua disciplina fez com que trabalhasse durante dois anos esperando apenas por uma oportunidade e, quando teve o desafio de substituir um ídolo do clube, seu espírito de competição falou mais alto e liderou seus companheiros às vitórias.

Jailson, aquele que curou a ansiedade de disputar um jogo de série A por seu clube do coração.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

A terra perde craques. O céu ganha estrelas

Guerreiros prontos para mais uma batalha

Quarta-feira, dia 23 de novembro, Arena Condá, 48 minutos do segundo tempo, 0 a 0. O empate levaria a Chapecoense para a final por conta do gol marcado fora, na partida de ida, na Argentina. Agora imagine a seguinte cena: falta para o San Lorenzo, sim o time do Papa. Bola alçada na área, a defesa não consegue afastar e ela sobra para Angeleri que chuta à queima roupa e Danilo, o gigante Danilo, cresce e, com um reflexo, coloca o pé direito junto com os mais de 17 mil presentes no estádio e salva a bola em cima da linha. O juiz apita o fim de jogo e a Chape está classificada de forma heroica para a final da Sul-Americana. 

Se você tentou construir, em sua cabeça, a cena narrada, deve estar pensando como foi o milagre realizado por Danilo, no último lance do jogo, logo contra o time do Papa. Sim, foi um milagre muito comemorado por todos. Mas, infelizmente, a comemoração foi deixada de lado e deu lugar a tristeza seis dias depois. O avião que levava o time da Chapecoense e os jornalistas que cobririam a final, na Colômbia, caiu e matou 71 das 77 pessoas a bordo.

Craques em campo, craques fora dele. Craques nos microfones, craques nos comentários. Essas foram as perdas que a tragédia com o avião da Chapecoense nos deu. O avião que subiu com destino a Medellín, não parou de subir e foi decidir o campeonato lá em cima, no céu. Eles, que queriam apenas o título sul-americano de heróis, conseguiram algo muito maior, o título mundial de estrelas.

Para um clube que há sete anos atrás estava na quarta divisão do futebol brasileiro, chegar à uma final de Copa Sul-Americana sete anos depois é algo inimaginável, mas não para os guerreiros de Chapecó, que emocionaram o mundo, mas que queriam emocionar apenas a própria torcida, que os tinha como ídolos por terem chego a um lugar onde nenhum clube catarinense jamais havia chegado.

O avião partiu para o céu com aqueles que prometeram dar a vida pelo título. Cumpriram a promessa e foram campeões. Não só em campo, mas fora dele também. A grandeza demonstrada por aquelas pessoas que eram muito mais que simples atletas, eram seres humanos assim como todos nós, emocionou o mundo e os fizeram campeões dentro do coração de cada pessoa espalhada pelo mundo.

O Índio Condá que, reza a lenda, uniu todas as tribos em busca da paz, uniu os jogadores de vários estados em busca de um título; uniu torcedores do mundo inteiro para torcerem pela Chapecoense; uniu torcidas rivais por um único objetivo: saudarem àqueles que fizeram de tudo para saírem campeões.

O céu precisava de um time que o representasse, então convocou os atletas da Chapecoense que, humildemente, aceitaram o convite e foram defender o time divino. Precisava de bons jornalistas para cobrirem a partida, então selecionou o que cada emissora tinha de melhor. 

Se o céu é o paraíso, hoje eles estão no verdadeiro "paraíso do futebol".

sábado, 3 de dezembro de 2016

Da desolação à glória

Do corte da seleção olímpica ao título
do Campeonato Brasileiro

No dia 29 de junho, Fernando Prass recebeu uma das notícias mais felizes e importantes de sua carreira: a primeira convocação para defender seu país. Logo para uma Olimpíada em casa, com grande chance de entrar para a história ao conquistar o tão sonhado ouro olímpico. O goleiro não conseguia esconder sua felicidade e orgulho em poder representar mais de 200 milhões de brasileiros com a camisa amarelinha. Mas, pouco mais de um mês depois, Prass voltaria a sentir a dor no cotovelo que o tirou de boa parte da campanha do Palmeiras em 2014, e seria cortado da delegação que disputaria os Jogos Olímpicos.

O baque de se machucar e ter que passar por uma cirurgia logo no melhor momento de sua carreira não o abalou. Se, segundo ele, ele trabalhou sua carreira inteira por essa chance, por que não continuar trabalhando (ainda mais forte) e voltar, agora com a camisa número 1 da seleção principal? Por que não seguir os passos do também ídolo do Palmeiras, Marcos? Assumir a bronca de ir para um time conhecido por sua academia de (grandes) goleiros, disputar uma série B, quase ser rebaixado novamente no ano seguinte e depois, nos dois próximos anos, enfim, vir sua consagração. O que seria mais um ano de trabalho para quem se mostrou paciente por 18 anos?

E assim foi. Prass continuou trabalhando ainda mais forte após a lesão, para poder voltar o quanto antes. Jailson, seu substituto, soube aguentar a pressão de substituir um ídolo palmeirense, possibilitando, assim, que Prass fizesse toda a recuperação sem pressa para voltar e não acontecesse o que aconteceu em 2014 (com a má fase dos goleiros palmeirenses, Prass teve seu tratamento acelerado e não se recuperou 100% antes de voltar).

Quase quatro meses depois de ser cortado da seleção olímpica, relacionado para enfrentar a Chapecoense no "jogo do título" palmeirense, Prass começou no banco e a torcida esperava sua entrada nos minutos finais, para que, tanto ele quanto Jailson, pudessem ser homenageados. Ganhando por 1 a 0 e já comemorando o título no banco de reservas, Cuca chama o ídolo palestrino aos 45 minutos do segundo tempo e o estádio explode em alegrias.

Talvez em uma das melhores e mais marcantes cenas do Campeonato Brasileiro de 2016, todos os jogadores palmeirenses foram até o goleiro Jailson e o abraçaram, como forma de agradecimento e homenagem ao goleiro que ficou 18 jogos sem perder no Brasileirão. No cumprimento entre ele e Prass, a torcida foi ao delírio.

Fernando Prass foi persistente e foi recompensado. Aquilo que lhe foi tirado (a chance de disputar uma Olimpíada em casa), foi dado com um pouco de atraso, é verdade, mas coroou a persistência e o grande trabalho que não só o goleiro realizou durante o ano, mas todo o time do Palmeiras. Prass teve o privilégio de fazer parte do elenco que ganharia o Campeonato Brasileiro depois de 22 anos e entrou, ainda mais, para a galeria de ídolos do verdão.

sábado, 8 de outubro de 2016

Magnus Futsal goleia Jaraguá no primeiro jogo das oitavas de final da LNF


Os mais de quatro mil torcedores presentes puderam ver o Magnus Futsal golear o Jaraguá, neste sábado, por 4 a 0 em partida válida pelas oitavas de final da Liga Nacional de Futsal. Rodrigo abriu o placar e depois Simi, Rodrigo e Neguinho aumentaram a vantagem para o time da casa.

Mesmo pressionando durante todo o primeiro tempo, os sorocabanos não conseguiram abrir o placar. Já no segundo tempo, Rodrigo foi o responsável por inaugurar o marcador após receber de Falcão e apenas completar para o gol. Em boa jogada trabalhada, Ricardinho tocou para Simi apenas empurrar para o gol e aumentar a vantagem.

Já usando o goleiro linha, o Jaraguá deixou sua defesa aberta e, após uma roubada de bola, Rodrigo chutou do meio da quadra para o gol vazio, marcando seu segundo gol no jogo e terceiro do Magnus. Para sacramentar a vitória, Falcão tocou para Neguinho marcar o quarto gol.

O jogo marcou, também, a inauguração da Arena Sorocaba, arena multiuso que tem capacidade para aproximadamente cinco mil pessoas.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Qual é o verdadeiro legado das Olimpíadas?


Maior número de medalhas conquistadas pelo Brasil na história. Mais ouros ganhos pelo Brasil em uma só edição de Jogos Olímpicos. Quebra de quase 80 recordes olímpicos e mundiais em todas as modalidades. Esses foram alguns dos resultados dessa Olimpíada. Mas afinal, qual será o legado deixado pelo Jogos Olímpicos Rio-2016?

De acordo com o G1, do orçamento de R$ 38,2 bilhões, R$ 24,6 bilhões foram gastos em obras que ficarão de 'herança' para a cidade. Boa parte dos investimentos foram pensados, principalmente, para evitar que aconteça o mesmo que nos estádios da Copa do Mundo de 2014, visto que muitos viraram verdadeiros elefantes brancos (Arena das Dunas, por exemplo). 

Para não deixar o mesmo legado que a Copa de 2014, como obras inutilizadas após o término da competição, a prefeitura do Rio de Janeiro gastará em torno de R$ 1 bilhão em manutenções e adaptações que serão realizadas nos espaços olímpicos, principalmente nas Arenas esportivas.

A Arena Carioca 3 (do taekwondo e esgrima) deverá ser convertida em escola municipal. A prefeitura planeja instalar um Ginásio Experimental Olímpico, que atenderá cerca de 850 estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental.

As estruturas construídas para a Rio-2016, serão mantidas e transformadas em alojamentos e centros de treinamento para esportes olímpicos, como tiro com arco, atletismo, entre outros. Cerca de 160 locais de treinamento para os atletas olímpicos, também ficarão como herança para 18 estados do Brasil, deixando um legado esportivo não só para o estado sede, mas para todo o país.

Além de legados esportivos, outras construções serão utilizadas após os Jogos. Um laboratório antidoping renovado (Ladetec); transportes urbanos (BRT's, VLT, Linha 4 de metrô); aprimoramentos e ampliações de hotéis, melhorando o turismo na cidade; reforma do Aeroporto Internacional do Galeão.

O legado esportivo que as Olimpíadas deixam no Brasil, são as medalhas que vieram de esportes com menos - ou quase nenhum - investimento por parte do governo brasileiro. Boxe e salto com vara (ouro); canoagem (prata e bronze) e tiro esportivo (prata); taekwondo (bronze) foram esportes que, apesar de trazerem medalhas, recebem um apoio muito inferior à outras modalidades que não pegaram nem pódio (natação, por exemplo).

Modalidades como arremesso de peso e de martelo, canoagem slalom, esgrima e levantamento de peso não ganharam medalhas, mas fizeram história pelo Brasil, seja chegando a um lugar que nenhum atleta brasileiro jamais chegou ou 'apenas' quebrando recordes. Basquete, handebol, tênis de mesa e polo aquático, são esportes que, apesar de contarem com baixo investimento, mostraram que com um apoio maior, podem fazer bonito em Tóquio-2020.

O principal motivo pelo qual os Estados Unidos sempre liderarem o quadro de medalhas e se destacarem em quase todos os esporte olímpicos, é, além do investimento, o fato deles terem um trabalho com os atletas, que começa desde pequeno. Com o passar do tempo, a criança que antes treinava por lazer, passará a treinar para competir, sem deixar de se divertir, e isso, multiplicado pelos vários centros de treinamento e, consequentemente, atletas de qualidade, fará com que os EUA sempre consiga pelo menos um atleta de elite que tenha a capacidade de subir no pódio.

A maior esperança brasileira para os Jogos de 2020 é o próprio governo brasileiro juntamente com o ministério do esporte. Se o apoio for maior e, consequentemente, o investimento também, a chance do Brasil se destacar e alcançar o sonhado Top 10 no quadro de medalhas, é muito maior.

domingo, 21 de agosto de 2016

JOGOS OLÍMPICOS: Brasil bate Alemanha e conquista o inédito ouro olímpico

Heróis do título 

Neste sábado (20), a seleção brasileira masculina conquistou o único título que faltava para a galeria do país pentacampeão mundial: o ouro olímpico.

Depois do empate em 1 a 1 no tempo normal e prorrogação, o jogo foi para os pênaltis. Depois de quatro cobranças para cada lado, Weverton defendeu a de Petersen e Neymar garantiu o ouro para o Brasil.

No tempo normal, Neymar acertou uma belíssima cobrança de falta aos 26 minutos da primeira etapa e colocou o Brasil na frente. A seleção brasileira ainda chegou mais vezes, mas foram os alemães que levaram mais perigo. Meyer, aos 31, com um chute defendido por Weverton e Bender, aos 34, acertando o travessão assustaram os mais de 70 mil presentes no estádio.

Logo aos 13 minutos da segunda metade, Meyer diminuiu para a Alemanha após um chute cruzado, mas os espectadores não pensaram em um novo Maracanazzo e intensificaram os gritos de apoio à seleção.

Com a igualdade mantida também na prorrogação, a disputa foi para os pênaltis. Renato Augusto, Marquinhos, Rafinha e Luan acertaram para o Brasil; enquanto que Ginter, Gnabry, Brandt e Sule converteram para a Alemanha. Petersen bateu e Weverton defendeu a última cobrança dos alemães. Coube então a Neymar, tão criticado durante as Olimpíadas, converter para o Brasil e fazer o Maracanã explodir em gritos de "É campeão".

Weverton passou de questionado e goleiro inseguro a herói nacional. Neymar deixou para trás todas as críticas e questionamentos sobre seu real papel dentro da seleção, para dar o único título que faltava para o maior campeão mundial. 

A conquista do ouro olímpico em cima da Alemanha, jamais apagará o vexame que o Brasil passou em pleno Mineirão ao perder por 7 a 1 e ser eliminado da Copa do Mundo de 2014.

Coroado com o título 

JOGOS OLÍMPICOS: Isaquias Queiroz se torna o primeiro brasileiro com três medalhas numa mesma edição de Olimpíadas

Erlon de Souza e Isaquias Queiroz após a conquista da prata

Natural de Ubaitaba (a popular 'cidade das canoas'), Isaquias disse, antes de sua primeira prova, que seu objetivo era sair dessa Olimpíada com três medalhas, não importava a cor. Ele cumpriu. 

Isaquias conquistou a prata na C1 1000m e o bronze na C1 200m remando sozinho. Ao lado de Erlon de Souza, na C2 1000m, ele conseguiu sua terceira medalha na Rio-2016 e entrou para a história do Brasil: se tornou o primeiro brasileiro a conseguir três medalhas em uma mesma edição de Jogos Olímpicos.

A dupla brasileira liderou pelos primeiros 750 metros, mas o alemães Sebastian Brendel (ouro na C1 1000m) e Jan Vandrey aumentaram o ritmo no final e ficaram com o ouro em um tempo de 3min43s. Isaquias e Erlon terminaram a prova em segundo, com 3min44s. O bronze foi para os ucranianos Dmytro Ianchuk e Taras Mishchuk, com 3min45s.

O menino que remava como meio de transporte, teve que superar a morte de seu pai e inúmeras dificuldades, principalmente a falta de apoio da federação, para, enfim, ser tri-medalhista em uma Olimpíada (depois de ficar de fora de Londres-2012).

sábado, 20 de agosto de 2016

JOGOS OLÍMPICOS: Martine e Kahena ficam com o ouro e mantém a tradição olímpica da vela


Amigas de infância e campeãs mundias em 2014, Martine Grael e Kahena Kunze conquistaram o ouro na vela categoria 49er FX, que foi decidida apenas na última regata, na qual quatro duplas estavam empatadas em primeiro lugar no início da disputa.

As brasileiras passaram em terceiro lugar nas três primeiras boias e assumiram a liderança apenas na parte final da regata, se defendendo dos 'ataques' neozelandeses e cruzando a linha de chegada em primeiro (21min21s), apenas dois segundos à frente das rivais.

Com a prata garantida, Martine e Kahena decidiram arriscar. Na última boia, elas ultrapassaram a equipe da Nova Zelândia ao optarem por um lado da raia e as rivais pelo outro. A partir daí elas se mantiveram na liderança, mas as neozelandesas começavam a encostar, o que deixou a reta final muito emocionante. Ao cruzar a linha de chegada, as brasileiras pularam na água e comemoraram com o público presente na praia.

O ouro ficou com Martine e Kahena, que terminaram a competição com 48 pontos perdidos. Molly Meech e Alex Maloney, da Nova Zelândia, ficaram com a prata, com 51 pontos. O bronze foi para as dinamarquesas Jena Hansen e Katja Steen Salskov-Iversen, com 54.

A medalha da dupla brasileira manteve a tradição da vela brasileira, que garante ao menos uma medalha desde Atlanta-1996. Martine garantiu, também, a hegemonia da família Grael que agora soma oito medalhas olímpicas (Torben Grael, cinco medalhas - duas de ouro, uma de prata e duas de bronze; Lars Grael, dois bronzes; e agora Martine Grael, um ouro).

JOGOS OLÍMPICOS: Darlan Romani quebra o recorde brasileiro duas vezes e termina em 5º no arremesso de peso


Darlan Romani foi o responsável por colocar o Brasil em sua primeira final olímpica de arremesso de peso masculino na história, terminando em 5º lugar nesta quinta-feira (18). Em seu primeiro arremesso na final, Darlan atingiu 21,02 metros e superou, pela segunda vez no dia, o recorde brasileiro. Na classificatória, ele já havia batido o recorde nacional ao arremessar a bola por 20,94 metros em seu primeiro arremesso e, de forma automática por lançar acima de 20,65 m, foi direto para a final.

O ouro ficou com o norte-americano Ryan Crouser, que quebrou o recorde olímpico com a marca de 22,52 metros. A prata também foi norte-americana, com Joe Kovacs, que arremessou a bola de ferro de 7,26 kg a 21,78 m. O neozelandês Tomas Walsh ficou com o bronze, ao conseguir a marca de 21,36 metros. 

A última vez que um brasileiro esteve na prova de arremesso de peso masculino em uma olimpíada, foi há 80 anos, em Berlim-1936, com Antônio Pereira Lira.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

JOGOS OLÍMPICOS: Simone Biles se despede das Olimpíadas como uma das mais premiadas ginastas da história


Em sua primeira Olimpíada, Simone Biles já conquistou quatro medalhas de ouro e uma de bronze, fechando uma das maiores participações olímpicas de uma ginasta na história (Larissa Latynina, da União Soviética, em Melbourne-1956; Vera Caslavska, da Tchecoslováquia, em Cidade do México-1968; e Ecaterina Szabo, da Romênia, em Los Angeles-1984 foram as outras atletas que alcançaram o feito de Biles).

Biles havia conquistado o ouro no individual geral, por equipes e no salto. Surpreendentemente, ficou com o bronze na trave após um desequilíbrio. Nesta terça-feira (16), conquistou sua quarta medalha de ouro, quinta no total. 

A americana ganhou uma nota 15.966, enquanto que a segunda colocada, sua companheira de equipe, Aly Raisman, tirou um 15.500. O bronze ficou com a britânica Amy Tinkler, com 14.933.

A dona de 10 ouros mundiais e primeira tricampeã mundial de forma consecutiva, intriga também os cientistas. Apontada como a maior ginasta de todos os tempos, vem tendo seus movimentos estudados, inclusive, pela ciência especializada.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

JOGOS OLÍMPICOS: O tricampeonato histórico de Bolt


Uma das provas mais aguardadas das Olimpíadas, aquela que você espera uma semana para ver e ela não dura nem 10 segundos; que se você espirrar na largada, provavelmente só abrirá o olho na metade da prova. Só o tempo que você passou lendo isso, já é maior do que 10s, portanto, Usain Bolt terminou mais uma prova de 100 metros rasos.

Domingo (14) foi mais um dia que vimos o raio passar diante dos nossos olhos. Apesar de não ter largado tão bem (o que é normal para ele) e estar em 5º nos primeiros 50 metros, Bolt deu suas famosas 'pernadas', tirou a diferença de Justin Gatlin e cruzou a linha de chegada em primeiro, conquistando seu terceiro ouro olímpico.

Bolt cruzou a linha com um tempo de 9,81 segundos (23 segundos acima do seu melhor tempo). O americano Justin Gatlin passou com 9,89s e ficou com a medalha de prata. O bronze ficou com o canadense Andre De Grasse, que fez um tempo de 9,91s.

Com mais esse ouro (os outros em Pequim-2008 e Londres-2012), o jamaicano subiu mais um degrau na história do esporte olímpico. Nenhum atleta jamais havia sido tricampeão olímpico dos 100 metros rasos.

'Seu pedido é uma ordem':

Momento em que Bolt pedia silêncio à torcida

O silêncio para a largada é muito importante. Ainda mais quando é pedido por Usain Bolt.

Assim que o jamaicano aparecia no telão, com o dedo na boca pedindo silêncio à torcida, o estádio ficava completamente mudo. Não se ouvia uma voz, diferente do que acontecia nas outras provas.

JOGOS OLÍMPICOS: Murray se torna o primeiro bi olímpico no tênis


O britânico Andy Murray fez história na noite deste domingo (14). Ao bater o argentino Juan Martín del Potro em um jogo com mais de 4 horas e ficar com o ouro olímpico, Murray conseguiu algo que nenhum tenista jamais conseguiu: ter dois ouros olímpicos.

As parciais de 7-5, 4-6, 6-2 e 7-5, fizeram desta final, uma das mais eletrizantes dos Jogos. Apesar do incentivo de seus compatriotas presentes, o argentino foi castigado pela sua parte física e aguentou o máximo que pôde, mas sem a mesma força e agilidade do começo da partida, foi superado pelo britânico. Já Murray estava em melhor momento físico e técnico, destacado por ele como o "melhor momento da carreira" após sagrar-se campeão de Wimbledon, no mês passado.

Ex-número 4 do mundo e atualmente em 141º lugar no ranking, del Potro cogitou se aposentar após fazer três cirurgias no punho esquerdo, mas deu a volta por cima, retornou às competições em março deste ano e, depois de uma campanha brilhante, passando por Novak Djokovic na estreia e por Rafael Nadal na semifinal, conseguiu seu segundo pódio em Olimpíadas (foi bronze em Londres-2012).

Há 56 anos na programação olímpica, jamais um tenista havia repetido a medalha de ouro no simples, mas o britânico número 2 do mundo fez história e realizou esse feito inédito após 4h02min de jogo. Em 2012, Murray bateu o suíço Roger Federer na final e ficou com seu primeiro ouro olímpico.

domingo, 14 de agosto de 2016

JOGOS OLÍMPICOS: Michael Phelps e a despedida de ouro

Phelps com sua última medalha de ouro

O revezamento 4x100m medley foi a última oportunidade de ver o maior fenômeno da natação, nas piscinas. Michael Phelps se aposentou do jeito que já nos acostumamos a vê-lo: no lugar mais alto do pódio e com uma medalha de ouro no peito.

Ryan Murphy, Cody Miller e Nathan Adrian foram os companheiros de Phelps em sua última prova. O maior atleta olímpico de todos os tempos foi o terceiro a nadar, em seu estilo mais forte (borboleta), e entregou em primeiro para Adrian fechar a prova com 3.27,95, um novo recorde olímpico.

Ao término da prova, ficou claramente emocionado. No pódio, conseguiu se conter, mas, ao tocar o hino norte-americano, não segurou as lágrimas e depois foi ovacionado pelos árbitros e pelo público presente, que gritou ainda mais alto quando o time americano exibiu uma faixa com as palavras "Thank You, Rio" (Obrigado, Rio).

A natação norte-americana encerrou os Jogos do Rio com 24 medalhas e chegou ao incrível número de 1001 medalhas de ouro em toda a história. Phelps deixou a natação com 23 medalhas de ouro, uma a menos do que o Brasil ganhou em toda a história dos jogos.

Phelps ainda quebrou um recorde que durava 2.160 anos. Ao vencer os 200m medley individual, o americano chegou ao seu 13º ouro individual e bateu a marca de Leônidas de Rodes, que competiu nos jogos de 164 a.C.

O maior nadador de todos os tempos está deixando as piscinas. Se aposenta como o maior medalhista olímpico (28), maior número de ouros em uma só edição dos Jogos (8, em Pequim-2008) e total (23), maior campeão individual e por equipes (revezamentos). Resumindo: ele se despede como o maior!

JOGOS OLÍMPICOS: Monica Puig conquista o primeiro ouro da história de Porto Rico


A primeira medalha de uma mulher porto-riquenha foi logo a de ouro, também a primeira da história de Porto Rico. Monica Puig fez história em dobro neste sábado (13) ao bater a atual número dois do mundo, Angelique Kerber, por 2 sets a 1.

Puig fechou o primeiro set em 6/3. Kerber empatou no segundo, fechando em 4/6. No último e decisivo set, a porto-riquenha teve a oportunidade de aplicar um 'pneu' na alemã e fechar em 6/0, mas Kerber conseguiu apenas sair do zero e Puig fechou o jogo em 6/1.

Atual número 34 do mundo, Puig só havia vencido uma top 10 até chegar ao Rio. Em sua campanha do ouro, ela passou pela espanhola Garbiñe Muguruza, quarta colocada na lista da WTA, além da alemã Angelique Kerber, número 2.

O feito da porto-riquenha não para por aí. Ela foi a tenista com o pior ranking a disputar um ouro olímpico. Sua única conquista na carreira havia sido o WTA de Estrasburgo, na França, em 2014.

Fiel às suas raízes, ela recusou convites para defender os Estados Unidos, onde vive desde um ano de idade. Ela nasceu em San Juan, mas devido a transferência de seu pai, engenheiro, para a Flórida, passou sua vida inteira em Miami, reconhecendo, inclusive, que não sabe cantar muito bem o hino porto-riquenho.

sábado, 13 de agosto de 2016

JOGOS OLÍMPICOS: Schooling ganha ouro 'em cima' de seu maior ídolo

Antes, fã. Hoje, rival

Se em 2008, Joseph Schooling era apenas mais um fã tietando Michael Phelps, ontem ele foi mais um rival para o americano. Mas a diferença é que ele conseguiu bater Phelps nos 100 metros borboleta e ficar com o ouro.

O cingalês nadou para 50s39 (novo recorde olímpico), mais de um segundo abaixo do seu tempo na classificatória. Phelps, Chad Le Clos (África do Sul) e Laszlo Cseh (Hungria), três dos maiores nadadores da atualidade, nadaram para 51s14 e ficaram empatados na segunda colocação - outro feito inédito.

"Quando era criança, sempre quis ser como ele. Muito disso é por causa do Michael. Ele é a razão por que quis tornar-me um melhor nadador", confessou o campeão já depois de receber a medalha de ouro. 

Em 2008, Schooling tirou um foto com Phelps a poucas semanas dos Jogos de Pequim, nos quais o americano estabeleceu o recorde olímpico dos 100 metros borboleta. Oito anos depois, o garoto nadou ao lado de seu ídolo e ainda quebrou o recorde da prova, que era dele. 

Schooling, primeiro nadador cingalês a disputar uma final olímpica, superou seu ídolo, o maior nadador de todos os tempos e favorito na prova dos 100 metros borboleta; e ainda conquistou o primeiro ouro olímpico de Singapura na história. Que dia espetacular para o garoto de 21 anos. 

Será que ele conseguiu dormir à noite? 

JOGOS OLÍMPICOS: Teddy Riner fica com o ouro e confirma supremacia no judô


Uma das medalhas mais "certas" desta Olimpíada, o ouro de Teddy Riner no judô o tornou bicampeão olímpico e aumento sua invencibilidade: 112 lutas ou 6 anos. Com oito títulos mundiais, o francês é o 'rei' do judô e absoluto na categoria acima de 100 kg.

Teddy fez fila nos rivais para ficar com o bi olímpico. Na primeira luta, ganhou de Mohammed Amine Tayeb, da Argélia, por ippon logo no começo da luta. Nas quartas de final, enfrentou o brasileiro Rafael Silva, o "Baby", e ganhou por um wasari, tirando o brasileiro da disputa do ouro.

Na semifinal, bateu o israelense Or Sasson após um luta muito dura, na qual seu rival conseguiu equilibrar as ações do francês e que estava empatada em um shido pra cada lado, mas, quando o cronômetro marcava um segundo para o final do combate, Teddy aplicou um sumi-gaeshi e venceu por wasari. Na decisão, foi a vez do japonês Hisayoshi Harasawa tentar pará-lo, mas em vão. O francês venceu o combate muito truncado em razão das punições sofridas pelo rival.  

Três de seus 10 títulos foram conquistados no Rio de Janeiro. Dois mundiais, 2007 e 2013, e agora o ouro olímpico. Teddy afirma ter um carinho especial pelo Brasil e, principalmente, pelo RJ por ser "onde tudo começou", segundo ele. 

Além dos ouros em Londres e Rio de Janeiro, o francês tem um bronze em Pequim-2008.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

JOGOS OLÍMPICOS: Sérgio Sasaki conquista melhor classificação do Brasil na história do individual geral


Após fazer história na competição por equipe, na qual chegou à final em sua primeira Olimpíada com uma equipe completa, o Brasil bateu mais uma marca. Nesta quarta-feira (10), Sergio Sasaki terminou a competição individual geral na nona posição, batendo seu melhor resultado, que foi o 10º lugar em Londres-2012  (até então o melhor resultado do Brasil). 

Mesmo disputando a final com dores e uma lesão no joelho direito, Sasaki terminou a competição com nota 89.198. O japonês Kohei Uchimura foi o campeão, com 92.365 pontos. Oleg Verniaiev, da Ucrânia, ficou em segundo com 92.266, e o bronze ficou com o britânico Max Whitlock, com 90.641 pontos.

Outro brasileiro que disputou a competição foi Arthur Nory, estreante em Olimpíadas, que terminou em 17º. Foi a primeira vez que o país conseguiu classificar mais de um atleta para a decisão olímpica do individual geral masculino.

A final individual geral é conhecida por determinar o ginasta mais "completo", por considerar o desempenho do atleta em todos os aparelhos. Hexacampeão mundial, Uchimura, considerado por muitos como o maior ginasta da história, já havia sido campeão em Londres-2012 e por isso era o favorito ao bi olímpico.

Notas de Uchimura x Verniaiev:

- Solo: 15,766 pts x 15,033 pts;
- Cavalo com alças: 14,900 x 15,533;
- Argolas: 14,733 x 15,300;
- Salto: 15,566 x 15,500;
- Barras paralelas: 15,600 x 16,100;
- Barra fixa: 15,800 x 14,800;

Foi uma grande final, com uma boa disputa pelo ouro e com notas muito boas. O ucraniano, que fechou a competição na barra fixa, precisava de 14,900 para ficar em primeiro, mas, por um desequilíbrio no salto de saída, não conseguiu superar o japonês.

Uchimura e Verniaiev após a competição

JOGOS OLÍMPICOS: Pedro da Silva faz história na canoagem slalom


O brasileiro Pedro da Silva terminou a prova de caiaque individual (K1) em sexto lugar, nesta quarta-feira (10), e conquistou um resultado histórico para o Brasil. É a primeira vez que um brasileiro chega à final da canoagem slalom em uma Olimpíada.

Pedro classificou-se para a final da modalidade em décimo lugar, com o tempo de 95.68 segundos. Na decisão, que contou com dez atletas, ele terminou a prova em sexto, com a marca de 91.54 segundos, sem penalidades. 

O brasileiro foi o primeiro a descer. Com um bom tempo e sem penalidades, ficou em primeiro até a quinta descida, quando o alemão Hannes Aigner, bateu o tempo dele em 2.52 segundos, passando o brasileiro para a segunda colocação. A partir daí, os resultados foram melhorando e Pedro passou para o sexto lugar, onde terminou a prova.

O pódio foi inteiramente europeu. O britânico Joseph Clarke completou o percurso em 88.53s e também conseguiu um feito histórico para seu país: foi o primeiro ouro olímpico da Grã-Bretanha nessa prova. A prata ficou com o esloveno Peter Kauzer, que marcou 88.70s. Jiri Prskavec, da República Tcheca, ficou com a medalha de bronze após conseguir um tempo de 88.99s.

Na canoagem de velocidade, o Brasil já havia tido um representante na final da modalidade. Em 1996, no Jogos Olímpicos de Atlanta, Sebastian Cuattrin alcançou a final, também na categoria K1.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

JOGOS OLÍMPICOS: Empurrado pela torcida, Brasil bate Espanha no basquete masculino com cesta no fim


Em seu segundo jogo nesta Olimpíada, o Brasil bateu a forte seleção espanhola (medalha de prata nas últimas duas Olimpíadas e atual campeã europeia), no basquete, por 66x65 a 5 segundos do fim, nesta terça-feira (09). O responsável pelo ponto da vitória foi o ala Marquinhos, que, após um arremesso errado do armador Marcelinho Huertas, conseguiu fazer a cesta e virar o jogo.

Com a pressão da torcida desde o começo, a Espanha sentiu e o Brasil foi pra cima, embalado pelos gritos que vinham da arquibancada. Terminou o primeiro tempo na frente e se manteve jogando bem no terceiro quarto, mas o excesso de faltas contra o Brasil pesou e fez com que Rubén Magnano tivesse que rodar mais do que imaginava, tirando peças do quinteto titular, de boa parte do segundo tempo.

O espanhol Pau Gasol foi o cestinha do jogo com 13 pontos, mesmo tendo um desempenho ruim nos arremessos livres e de quadra. Gasol converteu quatro dos nove arremessos de dois pontos (aproveitamento de 44%). Nos lances livres, converteu cinco de 12 (aproveitamento de 42%).

O cestinha do Brasil foi Marcelinho Huertas, com 11 pontos.

Na quinta-feira (11), o Brasil volta à quadra, às 14h15, para enfrentar a Croácia e conseguir sua segunda vitória na competição. No mesmo dia, a Espanha encara a Nigéria, às 19h, em busca de sua primeira vitória.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

JOGOS OLÍMPICOS: Do fracasso em Londres à glória em casa

Do choro em Londres 2012 ao sorriso no Rio 2016

A judoca brasileira Rafaela Silva conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil na Rio-2016. Na categoria até 57 kg, ela derrotou a atleta da Mongólia, Sumiya Dorjsuren, número um do mundo, por um wasari.

Nascida na Cidade de Deus - RJ, Rafaela começou no judô por meio de um projeto social do ex-judoca Flávio Canto (medalhista de bronze em Atenas 2004), no Instituto Reação. Quis o destino que, anos depois, Flávio comentasse as lutas e a medalha de ouro de Rafaela na Rio-2016.

Após sua eliminação na primeira fase, em Londres, após aplicar um golpe ilegal que havia sido proibido recentemente, foi alvo de ofensas racistas em suas redes sociais. Com a frustração, pensou em desistir do esporte, mas sua família, técnico, psicóloga e Flávio Canto conseguiram mudar sua cabeça. 

Segunda-feira (08) ela foi campeã olímpica em casa, superou a desclassificação de 2012 e mandou uma mensagem para os racistas: "A macaca que tinha que estar na jaula em 2012, hoje é campeã olímpica."

Nada melhor para calar o preconceito do que uma medalha no peito. Parabéns, Rafaela Silva.

A trajetória do ouro:

Na estreia, passou pela alemã Myriam Roper, com vitória em apenas 46 segundos. Depois, eliminou a sul-coreana Jandi Kim, vice-líder do ranking e terceira colocada no World Masters deste ano.

Nas quartas de final, ela superou a húngara Hedvig Karakas, que havia eliminado a brasileira na Olimpíada de 2012. Para chegar à final, derrotou a romena Corina Caprioriu, medalhista de prata em Londres, em uma luta decidida apenas no golden score.
 
Com o ouro olímpico, se tornou o primeiro atleta do judô brasileiro (masculino e feminino) a ter um título mundial (2013) e olímpico (2016).

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

JOGOS OLÍMPICOS: Judoca faz história e conquista a primeira medalha olímpica da história do Kosovo

Majlinda Kelmendi se emociona ao receber a primeira medalha do Kosovo em Olimpíadas

A judoca Majlinda Kelmendi é a primeira medalhista olímpica da história do Kosovo, um dos países mais jovens do mundo. Ao vencer a italiana Odette Giuffrida na categoria até 52kg, a atleta subiu no lugar mais alto do pódio, conquistando o ouro.

Bicampeã europeia (2014 e 2016) e mundial (2013 e 2014), Majlinda foi a porta-bandeira da equipe kosovar na cerimônia de abertura da Rio-2016. Domina sua categoria há quatro anos (primeira no ranking mundial).

Antes da final, a judoca bateu a suíça Evelyne Tschopp; Christianne Legentil, das Ilhas Maurício; e a japonesa Misato Nakamura, atual número três do mundo, na semifinal. Na decisão, superou a italiana Odette Giuffrida, 10ª do mundo, por um 'yuko'.

Após ter seu pedido, de ser uma atleta independente, recusado, Majlinda competiu pela Albânia nas Olimpíadas de Londres 2012 para não representar a Sérvia, país de que Kosovo havia se tornado independente.

Desde 2012, a atleta kosovar tem recebido inúmeros convites de naturalização. Algumas nações árabes, inclusive, ofereceram milhões para ela se mudar para o país, mas ela nunca aceitou o dinheiro por ter amor ao seu país e ter o desejo de poder representá-lo. A recompensa veio em ouro, neste domingo.

JOGOS OLÍMPICOS: Brasileiros conquistam resultados históricos para a esgrima brasileira

Nathalie Moellhausen e Guilherme Toldo

Neste fim de semana, Nathalie Moellhausen e Guilherme Toldo chegaram às quartas de final na espada e florete individual feminino e masculino respectivamente, mas foram eliminados por seus adversários. Porém, realizaram um feito inédito ao atingir a melhor campanha da história brasileira na esgrima em Olimpíadas.

Nathalie, uma italiana naturalizada brasileira, estreou diante da norte-americana Kelley Hurley e venceu por 15 a 12. Nas oitavas de final, passou pela francesa Marie-Florence Candassamy também por 15 a 12. Mas, depois de um duelo equilibrado, a brasileira foi superada pela também francesa, Lauren Remby, pelo mesmo placar de 15 a 12, na Arena Carioca 3.

Guilherme Toldo fez sua estreia diante do austríaco Rene Pranz e, depois de abrir 8 a 4, viu seu adversário virar para 14 a 13, precisando de apenas um ponto para avançar. Mas Guilherme conseguiu manter o foco e venceu por 15 a 14. Para chegar às oitavas, Toldo passou pelo japonês e favorito, Yuki Ota (atual campeão mundial e prata em Pequim 2008 e Londres 2012) por 15 a 13. Nas oitavas, a vítima foi o campeão asiático Ka Long Cheung (19), de Hong Kong, fechando o duelo em 15 a 10. Mas nas quartas, o italiano Daniele Garozzo conseguiu manter a vantagem sobre o brasileiro, venceu por 15 a 8 e avançou à semifinal do florete individual.

Ambos caíram de cabeça erguida. Mesmo com todas as dificuldades que os atletas de modalidades menos reconhecidas e de um investimento muito inferior ao do futebol masculino, eles, assim como Felipe Wu do Tiro Esportivo, superaram todas as dificuldades como, por exemplo, não ter equipamentos ou lugares para treinar, e foram ao Rio-2016 em busca de uma medalha.

domingo, 7 de agosto de 2016

JOGOS OLÍMPICOS: Felipe Wu, do tiro esportivo, conquista a primeira medalha para o Brasil


Após 96 anos, o tiro esportivo voltou ao pódio olímpico com um representante brasileiro.

O paulistano Felipe Wu, do tiro esportivo pistola de ar 10m, subiu ao pódio na tarde deste sábado depois de fazer 202,1 pontos em seu primeiro - de muitos - Jogos Olímpicos. O ouro (e recorde olímpico) ficou com o vietnamita Xuan Vinh Hoang, que fez 202,5 pontos e o bronze foi do chinês Wei Pang com 180,4 pontos.

Felipe esteve atrás do vietnamita desde a quarta série, mas na penúltima rodada o brasileiro conseguiu um belo tiro e arrancou 10,2 pontos, enquanto seu adversário fez 9,2 pontos.

Segundo o próprio brasileiro "a tática é atirar um pouco mais rápido no final porque sei que não só aqui, com esta torcida gigante, mas também em outros eventos, sempre acontece uma reação da torcida. Então eu atirei e a torcida fez o papel dela. Eu sabia que tudo podia acontecer: tanto ele fazer um tiro bom quanto um ruim."

Precisando tirar uma diferença de dois décimos, o vietnamita ouviu vaias e gritos ensurdecedores que tentavam tirar sua concentração e fazê-lo errar. Mas o adversário se manteve frio e com uma tiro beirando a perfeição, alcançou 10,7 pontos (0,2 a menos do que o perfeito) e chegou ao primeiro lugar com uma diferença de 0,4 pontos para Felipe.

Com a sensação de dever cumprido e o reconhecimento da torcida, que cantou o hino nacional para o segundo colocado, Felipe, um estudante de engenharia aeroespacial que treinava em seu próprio quintal por simplesmente não ter um estande para treinar, se despede dos 10m (sua prova predileta e onde se sai melhor) para, já nesta quarta-feira, disputar as classificatórias para os 50m.

Foi medalhista de ouro no último Pan-Americano, em Toronto 2015. Campeão de duas etapas da Copa do Mundo de tiro esportivo, ambas em 2016, em Bancoque (março) e Baku (junho). Também tem duas medalhas de ouro nos Jogos Sul-Americanos, em 2010 e 2014.

sábado, 6 de agosto de 2016

Cerimônia de abertura da Rio-2016 encanta o mundo


Das Américas à Europa. A cerimônia de abertura das Olimpíadas-2016 não encantou apenas os brasileiros - inclusive os que acreditavam que não daria certo por todos os problemas envolvidos - mas encantou as mídias internacionais. 

O americano Washington Post destacou, após dizer há alguns dias que teríamos a "Olimpíada da sujeira" devido aos vários problemas na organização, o "Rio, pelo menos por uma noite, está fazendo o que faz de melhor."

Outro americano, o Boston Globe afirmou: "Se você estava em dúvida sobre assistir à cerimônia de abertura, vale a pena! Uma apresentação visualmente deslumbrante."

Muitos ressaltaram, também, o "show de luzes, imagens e sons" que pôde ser visto no Maracanã. Como sempre, a modelo brasileira e também uma das celebridades mais famosas do mundo, Gisele Bundchen não passou despercebida quando, ao som de "Garota de Ipanema" tocada no piano por Daniel Jobim, neto de Tom, atravessou o cenário da abertura e encantou o mundo.

A 'gambiarra' e o maracatu foram destacados por jornais americanos. O New York Times tentou explicar a 'gambiarra'. "Acho que eles querem dizer que isso teve um baixo custo e pouca tecnologia, mas tem muita energia, orgulho e emoção".

O Washington Post resumiu o maracatu em "um amontoado de sons de bateria". "É a real celebração da rica cultura musical do Brasil", continuou o jornal americano sobre a festa de abertura.

Segundo os organizadores da festa, a ideia era fazer "mais com menos", referindo-se ao baixo orçamento e pouco espaço do Maracanã, e passar uma mensagem sobre o meio ambiente: "salvemos o planeta", como lembrou o espanhol Marca. O britânico The Guardian ainda destacou: "Um contraste interessante das duas últimas cerimônias de abertura. O tema de Pequim 2008 foi 'A China é ótima', Londres 2012 foi 'A Grã-Bretânia era ótima'. O tema de hoje à noite? Ou nós começamos a fazer alguma coisa sobre o meio ambiente ou talvez nós não tenhamos muitas olimpíadas para celebrar no futuro."  

Um dos pontos altos da cerimônia foi a homenagem à Santos Dumont, quando uma réplica do 14-bis saiu voando de dentro do Maracanã e passou pelos principais pontos turísticos do Rio de Janeiro.

Outro destaque vai para um feito inédito nos Jogos Olímpicos: a entrada da delegação de atletas refugiados, que foi aplaudida de pé por todos os presentes no estádio. 

Do hino nacional cantado e tocado por Paulinho da Viola ao acendimento da pira olímpica por Vanderlei Cordeiro de Lima. Essa foi uma das melhores e mais espetaculares - principalmente por todas as dúvidas e fatores envolvidos - cerimônias de abertura que já teve.

Parabéns, Brasil!

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Tá escrito, Prass

Fernando Prass após a conquista da Copa do Brasil 2015 pelo Palmeiras

Imagine: você tem 38 anos; está vivendo a melhor fase da sua carreira; jogando por um grande clube; acaba de ser campeão da Copa do Brasil defendendo e convertendo o último pênalti da decisão; é apontado como o melhor goleiro em atividade no Brasil; muitos dizendo, ainda, que você merece ser convocado para defender a seleção do seu país, mas por conta de sua idade, não cria muitas expectativas quanto a isso e, de repente, recebe a notícia de que você será o goleiro da seleção olímpica e disputará uma Olimpíada em casa, com enormes chances de conquistar o inédito ouro olímpico. Este é Fernando Prass.

Depois de anos de trabalho forte, plantando para, quem sabe, colher algo amarelo - mais precisamente uma camisa amarelinha - Prass finalmente foi recompensado com uma convocação para ser mais do que um goleiro da seleção brasileira, mas ser o líder dentro e fora de campo de uma seleção repleta de jovens craques disputados por grandes times europeus, em busca do tão sonhado ouro olímpico.

Infelizmente, após exatos 12 dias de treinos na seleção, Fernando Prass foi cortado da delegação que embarcaria para Brasília, devido a fratura no cotovelo direito - no qual já havia feito cirurgia em 2014 por conta do mesmo problema - e teve adiado o seu sonho de vestir a camisa da seleção.

"Às vezes a felicidade demora a chegar. Aí é que a gente não pode deixar de sonhar (...) Erga essa cabeça mete o pé e vai na fé, manda essa tristeza embora. Basta acreditar que um novo dia vai raiar. Sua hora vai chegar." Grupo Revelação.

Sua felicidade de poder vestir a camisa da seleção brasileira demorou a chegar, mas você não deixou de sonhar e chegou lá. Agora manda essa tristeza embora, se recupere e volte a trabalhar forte como antes, que, você acreditando, um novo dia vai raiar e a sua hora vai chegar, Prass. 

segunda-feira, 20 de junho de 2016

LeBron cumpre promessa, Cleveland Cavaliers faz história e conquista título inédito

Cleveland Cavaliers at Golden State Warriors
LeBron James erguendo o troféu de campeão da NBA.

Ao anunciar seu retorno a Cleveland, LeBron James disse que voltava por um motivo: ser campeão pela franquia de Ohio. E assim, depois de dois anos, ele cumpre sua promessa e traz o inédito troféu de campeão da NBA para o lugar onde tudo começou. 
 
Após 52 anos sem títulos esportivos na cidade de Cleveland e 3-1 contra na série, os Cavaliers bateram o Golden State Warriors na noite deste domingo, na Oracle Arena, em Oakland, por 93-89, com direito a um triple-double de LeBron James (27 pontos, 11 rebotes e 11 assistências), que entrou para um seleta lista de jogadores que conseguiram tal feito em um jogo 7, juntando-se a James Worthy (1988) e Jerry West (1969).
 
Com Stephen Curry e Klay Thompson menos brilhantes do que o comum, principalmente nas bolas de três, Draymond Green foi quem chamou a responsabilidade e brilhou pelo lado do Golden State. Somando os pontos de Curry e Thompson - 17 e 14 respectivamente - não chega na pontuação de Green - 32 pts - que ainda pegou 15 rebotes e deu nove assistências. Isso reflete a noite dos Warriors que, em noite "apagada" dos Splash Brothers (como é conhecida a dupla Curry-Thompson), não conseguiu ser o time que venceu 73 das 82 partidas da temporada regular e que bateu o recorde do Chicago Bulls de 95-96. 
 
LeBron foi, de forma merecida e unânime, o melhor jogador das finais e igualou Tim Duncan, Shaquille O'Neal e Magic Johnson na lista dos jogadores que foram três vezes o MVP das finais, ficando atrás somente do maior de todos os tempos, Michael Jordan (MVP nos seis títulos que conquistou). 
 
LeBron James prometeu e fez história pelo Cleveland Cavaliers.

sábado, 4 de junho de 2016

A sexta derrota de Muhammad Ali

A ''Luta do Século"

"Voe como uma borboleta, ferroe como uma abelha". Assim era Cassius Marcellus Clay Jr, ou simplismente Muhammad Ali, rápido e eficaz. Seus reflexos faziam com que raramente fosse atingido com potência, o que fez ele nunca ter perdido uma luta por nocaute (quatro decisões e um abandono).

O maior pugilista da história e um dos maiores esportistas que já se viu, começou sua carreira amadora após ter sua bicicleta roubada e ser incentivado pelo policial e treinador de boxe, Joe Martin, a começar a treinar com ele. Pouco tempo depois já era campeão de torneios amadores e estava indo para a Itália disputar os Jogos Olímpicos de 1960, no qual saiu com a medalha de ouro dos meio-pesados.

Em 1964, já como profissional e com 19 vitórias em 19 lutas, Ali bate o favorito Sonny Liston no sétimo assalto e fica com o título mundial dos peso-pesados. Mas três anos depois, após se recusar a servir o exército americano na Guerra do Vietnã, ele perde o título mundial e fica afastado do boxe por três anos.

No dia 30 de outubro de 1974, na capital do antigo Zaire (hoje República Democrática do Congo), Muhammad Ali enfrentou o jovem George Foreman. Apanhou quase a luta toda, mas não se entregou. Levou a luta para o oitavo assalto e, com um golpe certeiro e potente, derrubou o oponente e venceu por nocaute a original "Luta do Século".

Campeão olímpico dos meio-pesados (1960) e primeiro tricampeão mundial dos pesados (1964-67, 1974-78, e 1978-79). Em 61 lutas como profissional, venceu 56 (37 por nocaute e 19 por decisão) e perdeu apenas cinco. Assim era o "Rei do Mundo".

Muhammad Ali perdeu sua maior batalha, aquela que vinha lutando durante 32 anos, sem jabs, diretos, ganchos ou cruzados, apenas se defendendo com remédios e tratamentos enquanto seu rival, o Mal de Parkinson, reduzia sua mobilidade e capacidade de comunicação. Aos 74 anos, Ali saiu derrotado de sua pior e mais difícil luta, deixando para trás um grande legado tanto no esporte quanto na humanidade.

Descanse em paz, lenda.

sábado, 16 de abril de 2016

Obrigado, Kobe

O primeiro e o último ponto de Kobe Bryant.

Em 1996, mais especificamente no dia 26 de junho, começava um novo capítulo na história do basquete americano. Kobe Bryant deixava a Lower Merion High School e era draftado, na décima terceira escolha do primeiro round, pelo Charlotte Hornets. Porém, como seu sonho era jogar em Los Angeles, Jerry West, que era o General Manager dos Lakers, arquitetou a troca de Kobe com Charlotte pelo pivô Vlade Divac, um dia antes do draft.

Talvez um dos jogadores mais competitivos que já se viu no esporte, Kobe, o terceiro maior cestinha da história do basquete americano e o maior da dos Lakers, cinco vezes campeão da NBA, duas vezes MVP das finais e uma do campeonato, 18 convocações para o All-Star Game com quatro prêmios de MVP do jogo, duas medalhas olímpicas e, talvez o feito mais impressionante, o jogador com mais temporadas por um único time: 20 temporadas jogando em Los Angeles.

Um dos maiores ala-armadores que já se viu na NBA, é também o dono da segunda maior pontuação em um único jogo da liga. Em 2006, contra o Toronto Raptors, Kobe marcou 81 pontos, perdendo apenas para Wilt Chamberlain, que anotou 100 pontos, em 1962, contra o New York Knicks.

Considerado por muitos como o jogador de sua geração, o "Black Mamba" não tinha hora para treinar e aperfeiçoar seus atributos técnicos e físicos. Quatro horas da manhã ou quatro horas da tarde eram a mesma coisa: hora de treinar. Treinava mais que todos os seus companheiros. Chegava antes do treino ou ficava um tempo a mais treinando arremessos; 700, 800 ou 1000, o quanto ele julgava ser necessário para melhorar. Isso tudo com um simples propósito: ser o melhor.

Em sua coletiva pré jogo de despedida, Kobe disse que a primeira coisa que faria na manhã seguinte seria treinar e depois iria para seu escritório. Isso prova o quão diferente ele é, porque depois de uma carreira espetacular sendo durante 20 anos um atleta exemplar, a primeira coisa que ele pensa em fazer depois de se aposentar é treinar, não descansar ou curtir seus primeiros minutos como um atleta aposentado, mas continuar fazendo aquilo que ele fez durante quase sua vida inteira.

Frente ao Utah Jazz, no jogo que marcou sua despedida, Kobe anotou incríveis 60 pontos em 50 arremessos - passando Michael Jordan em número de lançamentos em um único jogo e batendo a marca de número de pontos em uma só partida nesta temporada. Foi também o melhor jogo de despedida de um jogador da NBA. Nada mais justo para um dos melhores de todos os tempos.

Dia 13 de abril de 2016, o basquete se despediu de Kobe Bean Bryant.

"Mamba out".

sexta-feira, 25 de março de 2016

O adeus de uma lenda

Cruyff e a mítica camisa 14.

Uma lenda, um revolucionário, um gênio. São muitas as características capazes de descrever um holandês chamado Johan Cruyff.

Poucos jogadores conseguiram ser excepcionais dentro e fora de campo que nem o ex-meia holandês. O comandante do "Carrossel Holandês" da década de 70 revolucionou a forma de se pensar e praticar o futebol, unindo habilidade à tática e técnica. Jogadores não guardavam posições, todos faziam um pouco de tudo e ficavam livres para trocarem de lugar durante o jogo, girando como um "carrossel" dentro de campo.

Como jogador, era habilidoso, rápido, inteligente, simplesmente mágico com a bola nos pés. Comandou, dentro de campo, o melhor time do Ajax de todos os tempos, conquistando o tricampeonato da Copa da Europa (antiga Uefa Champions League) em 1971-73, oito Campeonatos Holandês e cinco taças da Copa da Holanda. Em 1973, se transferiu para o Barcelona, onde ganhou um Campeonato Espanhol e uma Copa de Rei. Mas sua glória na Catalunha viria mesmo fora dos gramados, na função de técnico.

Cruyff, o primeiro jogador a ganhar três Bolas de Ouro (1971, 73, 74), foi o criador do time com um toque de bola rápido, posse de bola, domínio e superioridade sobre o adversário, implementando esse pensamento no Barcelona de 1988 e presente até hoje, principalmente, no time espanhol.

Como técnico, foi quatro vezes campeão do Espanhol, um da Copa do Rei e um da Copa da Europa de 1992 (primeira na história do clube) pelo Barcelona. Ainda comandou o Ajax e a seleção da Catalunha.

Pela seleção holandesa, que encantou o mundo na Copa de 1974, Cruyff jogou de 1966-77 e marcou 33 gols em 48 jogos. É considerado o maior jogador holandês de todos os tempos e também um dos mais injustiçados, visto que nunca ganhou uma Copa do Mundo. Bateu na trave em 74, quando, após passar por Brasil e Argentina, caiu para a Alemanha Ocidental na final.

É considerado o "pai" de Pep Guardiola. Quando técnico do Barcelona, treinou o ex-volante e é o responsável por ele ser o melhor treinador do mundo hoje, uma vez que os métodos usados por Guardiola, foram os mesmos usados por Cruyff e aprendidos pelo espanhol.

Infelizmente, como até lendas nos deixam, Johan Cruyff, que lutava contra um câncer no pulmão desde o fim do ano passado, morreu nesta quinta-feira (24), aos 68 anos de idade. Ele foi um fumante inveterado ao longo de sua vida, principalmente no auge de sua carreira.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Primeiro All-Star Game realizado fora dos EUA marca despedida de Kobe Bryant


Kobe Bryant (37), o jogador com mais pontos na história do Los Angeles Lakers, terceiro maior cestinha da NBA e um dos melhores jogadores de todos os tempos, jogou seu último All-Star Game da NBA. Após cinco títulos, dois prêmios de MVP das finais e um de MVP da temporada, o "Black Mamba" irá se aposentar.

O ala-armador dos Lakers participou do 18º All-Stars Game de sua carreira, sendo MVP em quatro oportunidades.

Com uma vitória por 196-173 o Oeste venceu o Leste num jogo que quebrou o recorde de pontos. Esse foi o All-Star com mais pontos na história (369), passando, assim, a edição anterior com 321. Russell Westbrook, do Oklahoma City Thunder, foi eleito o MVP do jogo pelo segundo ano consecutivo - algo que ninguém conseguiu nos últimos 65 anos - anotando 31 pontos, oito rebotes e cinco assistências. Paul George (Indiana Pacers), o cestinha da partida, marcou 41 pontos e ficou a apenas um ponto de igualar a marca de Wilt Chamberlain, que continua a ser o jogador mais certeiro da história do All-Star.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Denver Broncos vence o Super Bowl 50 e coroa a carreira de Peyton Manning



Assim como todos esperavam, o jogo passou pelas defesas, que tiveram um papel fundamental no resultado final e, consequentemente, no título de Denver, que bateu o Carolina Panthers por 24 a 10.

Neste domingo, no Levi's Stadium, em Santa Clara, Peyton Manning, assim como no ano inteiro, foi o coadjuvante da defesa dos Broncos - melhor da NFL - que parou o melhor ataque (Carolina Panthers) e levou o time ao terceiro título da história da franquia. Von Miller (LB), jogador de defesa de Denver, foi eleito o MVP do Super Bowl 50 depois de uma partida espetacular (seis tackles, 2,5 sacks e dois fumbles forçados) e se tornou apenas o nono jogador de defesa a receber o prêmio de jogador mais valioso do Super Bowl na história.

O quarterback de Denver foi mal (13 de 23 passes certos, 141 jardas, nenhum touchdown e uma interceptação). Já Cam Newton, QB de Carolina e eleito o MVP da temporada regular, não fez jus ao prêmio e sucumbiu diante da defesa dos Broncos, que o limitou a 225 jardas (18 de 41 passes certos, nenhum TD e uma interceptação).

O Super Bowl 50 alcançou a segunda maior audiência da história das finais da NFL, chegando a 49 pontos e ficando atrás somente da final do ano passado entre New England Patriots e Seattle Seahawks.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Quem para a China?


Poucos anos atrás, os clubes temiam perder seus jogadores para o futebol europeu, sonho de todo jovem jogador. Mas nos últimos anos, os times temem o futebol asiático, mais precisamente a China, que com dinheiro sobrando, está levando quem quer.

A pedido do presidente chinês e com os direitos televisivos passando dos R$ 4,5 bilhões, a segunda economia mundial quer passar o Japão como principal ponto de referência esportivo do Oriente. Para isso, os chineses não poupam dinheiro para trazer técnicos e jogadores de ponta para melhorar ainda mais a qualidade do campeonato. E, agora, eles não levam mais apenas atletas em fim de carreira e que buscam sua independência financeira. Nesta janela de transferências, levou craques do futebol brasileiro e mundial.

Além das altas cifras livres de impostos e sem atrasos, o principal fator que atrai os jogadores é o fato de, apesar de ser o país mais populoso do mundo, ser um país muito seguro e tranquilo pelo fato deles levarem a punição a sério, atraindo não só os jogadores mas também seus familiares e amigos.

A qualidade do campeonato vem aumentando. A prova disso é o quarto lugar do Mundial de Clubes que ficou com o Guangzhou Evergrande, que contava com quatro brasileiros (Ricardo Goulart, Robinho, Paulinho e Elkeson) além do técnico Felipão. Aloísio, do Shandong Luneng, revelou, também, que a estrutura de treinamentos é maior que a do São Paulo, uma das principais do Brasil.

Das cinco transferências mais caras desta janela, quatro foram da China: 
  1. Alex Teixeira (Shakhtar Donetsk) ➡️ Jiangsu Sunning (£ 38 milhões);
  2. Jackson Martínez (Atlético de Madrid) ➡️ Guangzhou Evergrande (£ 32 milhões);
  3. Ramires (Chelsea) ➡️ Jiangsu Sunning (£ 21 milhões);
  4. Giannelli Imbula (Porto) ➡️ Stoke City (£ 18 milhões);
  5. Elkeson (Guangzhou Evergrande) ➡️ Shanghai Dongya (£ 14 milhões).

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Stephen Curry, impossível, e Golden State Warriors, imparável


Na madrugada desta quinta-feira (4), o Golden State Warriors, com mais uma partida espetacular de Stephen Curry, venceu o Washington Wizards por 134 a 121, em Washington, e engatou sua oitava vitória consecutiva. Com nada menos do que 51 pontos, tendo acertado 11 bolas de três em 16 tentativas e se tornando o único jogador da história da NBA a conseguir esse feito em mais de um jogo, Curry conduziu a vitória dos Warriors contra os Wizards.

Seu desempenho extraordinário ofuscou a boa atuação de um de seus companheiros e do armador rival. Draymond Green terminou o duelo com um triple-double: 12 pontos, 12 assistências e 10 rebotes, enquanto John Wall, dos Wizards, fechou a partida com um double-double: 41 pontos e 10 assistências.

Com 45 vitórias e apenas quatro derrotas, os Warriors igualaram a melhor campanha nos 49 jogos iniciais na NBA do 76ers de 1966/67 e seguem soberanos na liderança da Divisão do Pacífico e voltam à quadra no sábado, contra o Oklahoma City Thunder.

Os Wizards estão na quarta posição da Divisão Sudeste, com 21 vitórias e 26 derrotas, e voltam à quadra na próxima sexta-feira, contra os 76ers.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Super Bowl 50: ainda mais especial para Peyton Manning

Peyton Manning em ação pelo Denver Broncos.

Domingo (7) será um dia especial. Além da grande festa do Super Bowl 50 e do grande jogo entre Denver Broncos e Carolina Panthers, o evento poderá marcar a aposentadoria de um dos maiores quarterbacks de todos os tempos: Peyton Manning. Apesar de não confirmar e nem negar que se aposentará logo após a decisão, Manning disse não ter se decidido ainda e que só pensa no presente, mais precisamente no jogo de domingo.

Segundo a imprensa norte-americana, o quarterback já disse a amigos e familiares seus planos de se aposentar logo após a decisão, em San Francisco. Com 39 anos, Manning será o quarterback mais velho a iniciar um Super Bowl como titular.

O confronto será interessante, também, por marcar o duelo das gerações: Peyton Manning (39) x Cam Newton (26). Newton está há seis temporadas na NFL e chegou em apenas um Super Bowl, já Manning disputou sua 19ª chegando em quatro decisões.

Peyton Manning foi o primeiro jogador escolhido no draft de 1998. Começou no Indianapolis Colts e, depois de 14 anos, se mudou para Denver e passou a defender os Broncos. Foi eleito cinco vezes o MVP (jogador mais valioso) da liga, mais que qualquer outro jogador. Se conquistar o Super Bowl 50, Peyton igualará seu irmão mais novo, o também quarterback Eli Manning (New York Giants), com dois títulos.